Prólogo
Era um dia normal, de uma
semana normal, em uma casa normal.
Entre a bagunça, um
cigarro, roupas (as minhas e as dele), e a vergonha pendurada na cadeira ali do
canto. Fui fazer café, o dia sempre pode piorar sem café. Um idiota pode estar
deitado no colchão da minha sala no meu travesseiro, mas com café a coisa nem
parecia tão mal. O quadro que eu comprei pra por na sala antes de qualquer
outro móvel, estava me fitando com ar de superioridade, pensei em ameaçar
vendê-lo e comprar uma TV no lugar, mas lembrei que é melhor não iniciar uma
discussão com quadros no meio do café da manhã.
O corpo deitado respirava
pausadamente, quase que relaxado, e isso me irritava ainda mais, afinal quem
disse que ele poderia se sentir relaxado na minha casa?
Ok, eu sei que fui eu
quem deixou o recado colado na geladeira na noite em que entrei escondida na
casa dele dizendo: me encontre. É claro que não assinei, nem disse onde. Oras,
ele deveria saber,
era só o que me faltava ele ficar em dúvida. É CLARO QUE ERA EU.
O ponto é que os planos
não eram esses, o plano era quebrar o nariz do sujeito, bater com toda a força, acabar com ele assim que ele cruzasse o meu
caminho. Bom, não se pode dizer que eu não acabei com ele, mas estava tudo
absolutamente errado. O que eu deveria fazer?! Fugir da minha própria casa, ou
será que deveria acordá-lo pedir desculpas pelos socos, agradecer pelo sexo e ir comer
frutas que fazem bem a saúde, ou talvez colar outro bilhete genial na porcaria
da geladeira, argh.
Que raaiva.
Quer saber? vou tomar meu
café bem sossegada e pensar nesse problema ambulante mais tarde.
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