terça-feira, 30 de setembro de 2014

Na história: quadros e ela

Prólogo

Era um dia normal, de uma semana normal, em uma casa normal.
Entre a bagunça, um cigarro, roupas (as minhas e as dele), e a vergonha pendurada na cadeira ali do canto. Fui fazer café, o dia sempre pode piorar sem café. Um idiota pode estar deitado no colchão da minha sala no meu travesseiro, mas com café a coisa nem parecia tão mal. O quadro que eu comprei pra por na sala antes de qualquer outro móvel, estava me fitando com ar de superioridade, pensei em ameaçar vendê-lo e comprar uma TV no lugar, mas lembrei que é melhor não iniciar uma discussão com quadros no meio do café da manhã.
O corpo deitado respirava pausadamente, quase que relaxado, e isso me irritava ainda mais, afinal quem disse que ele poderia se sentir relaxado na minha casa?
Ok, eu sei que fui eu quem deixou o recado colado na geladeira na noite em que entrei escondida na casa dele dizendo: me encontre. É claro que não assinei, nem disse onde. Oras, ele deveria saber, era só o que me faltava ele ficar em dúvida. É CLARO QUE ERA EU.
O ponto é que os planos não eram esses, o plano era quebrar o nariz do sujeito, bater com toda a força, acabar com ele assim que ele cruzasse o meu caminho. Bom, não se pode dizer que eu não acabei com ele, mas estava tudo absolutamente errado. O que eu deveria fazer?! Fugir da minha própria casa, ou será que deveria acordá-lo pedir desculpas pelos socos, agradecer pelo sexo e ir comer frutas que fazem bem a saúde, ou talvez colar outro bilhete genial na porcaria da geladeira, argh.
Que raaiva.

Quer saber? vou tomar meu café bem sossegada e pensar nesse problema ambulante mais tarde.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A toca

Amigo coelho, eu sempre quis ver o que Alice viu, talvez seja por me nomear criativa e esperta quando criança assim como ela.
Mas ao descer, fiquei impressionada com as cores e a desconstrução de tudo que eu conhecia lá em cima.
Caindo e caindo.
Me sentindo ora frágil como uma folha seca, ora forte e terrível.
Os amigos aqui são legais, mas me chateio por todos terem que ir embora. Eu queria coisas eternas.
Coelho, queria uma ajuda, estou meio solitária, não aguento mais ficar aqui. Sua toca é bonita, mas acho que não foi feita para meninas ficarem pra sempre, só pra elas se esconderem.
Não se sinta insultado por favor, mas estou com medo e ando querendo choramingar a tempos.
Me tire daqui, prometo te visitar em sonhos.

Com amor.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Medo do ouro

As estrelas brilham, brilham muito e não é interessante a relação que temos com elas, mesmo aqui tão distante?
Os sonhos ficam no abismo infinito entre a chegada e a partida. Não acha curioso como vivemos deles e por eles?

O orgão que pulsa não entende nada, as sinápses mandam mensagens erradas, a lista de contras só aumenta, me diga então o que me faz pensar tanto assim em você?
As respostas dessas perguntas estão tão acessíveis a mim como meu coração da razão.

Mas eu te entendo, você tem medo do ouro.

Lembrete: os sapos não miam

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tchau

Quer saber ?! tô vazando.
Eu não sou obrigada.
E daí que eu sou confusa, exótica, infantil e um pouco exagerada?
Gosto de mim, sou apaixonada por mim e se você não consegue ver tudo isso que eu sou, o problema é seu.
Posso não ter tanta certeza assim quando cruzar com o seu olhar, mas não duvide de mim, é na incerteza que eu ganho coragem.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Versinhos de bolhas de sabão

Não se faça de difícil, vem pra cá me ver.
Te dou comida, amor e prometo te proteger.
Assuma seu vício e esqueça esse ego.
Você me interessa, cuidado, uma hora te pego!

Não brinca comigo não,
se eu me apego,
te mordo, te engulo e nunca mais sossego.

Como magia meu coração voltou,
Ele te viu, então sorriu e logo pulsou.

Olha  cara, você me cansa,
mas não posso reclamar já que aceitei entrar na dança.